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Depois dos Palcos, o que Vem? A Geração Z e o Novo Ritmo dos Encontros

30 de abril de 2025 por
Depois dos Palcos, o que Vem? A Geração Z e o Novo Ritmo dos Encontros
Daniel Mello
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A cada edição, conferências como o WebSummit, o Rio2C e o Rio Innovation Week reafirmam seu prestígio global, atraindo líderes, startups e entusiastas de tecnologia. São grandes nomes, grandes palcos, grandes filas. Entretanto, será que ainda são grandes encontros?

Muitas vezes, o que se presencia nesses espaços é uma espécie de “Internet ao vivo”: uma sucessão de falas curtas, compartilháveis, estrategicamente moldadas para o Instagram. Ao final, no entanto, resta a sensação de superficialidade, desconforto físico e mental. Painéis editados para causar impacto, não necessariamente para gerar transformação.

Enquanto isso, a Geração Z — nascida entre meados dos anos 1990 e 2010 — começa a moldar uma nova expectativa sobre o que significa viver um evento. Essa geração, que cresceu conectada, hoje busca justamente o oposto: experiências que valorizem o tempo, o corpo e o vínculo com a comunidade.

Segundo dados do Relatório Covitel de 2023, houve uma queda no consumo regular de álcool entre jovens de 18 a 24 anos, indicando uma mudança significativa no comportamento da Geração Z em relação à vida noturna e ao bem-estar. ​Folha de Curitiba

Além disso, uma pesquisa da Truth Central, unidade de inteligência global do McCann Worldgroup, revelou que 75% dos brasileiros da Geração Z acreditam ter o poder de influenciar as ações e comportamentos das marcas, destacando a importância de conexões autênticas e significativas. ​ANJ

Um estudo da Deloitte apontou que 94% dos consumidores entre 18 e 25 anos desejam que as empresas se envolvam em discussões sobre questões sociais, e 57% demonstram lealdade a empresas que possuem preocupação com essas questões. ​Cultura e Negócios

De acordo com o relatório "Culture Next" do Spotify, 49% da Geração Z afirmam que uma marca que patrocina eventos musicais ao vivo os tornaria mais propensos a comprar dela no futuro, evidenciando a valorização de experiências culturais e conexões emocionais. ​Conexão Pop

Diante desse novo cenário, surgem perguntas que desafiam o modelo atual. E se os grandes encontros deixassem de ser maratonas de painéis para se tornarem jornadas profundas, com tempo para digerir cada ideia? E se as experiências não se restringissem aos auditórios, mas se espalhassem em oficinas, escolas, coletivos, telas, praças e performances urbanas? E se a arte e a escuta fossem tão centrais quanto os slides e os discursos?

Talvez o caminho não esteja em eventos cada vez maiores e mais espetaculares, mas sim na qualidade das conexões que eles geram. Em vez de buscar atenção com discursos amplificados e ambientes lotados, é possível apostar em espaços menores, com trocas mais humanas e relevantes. Ao invés de exclusividade baseada no preço do ingresso, o valor poderia estar na profundidade da experiência. E no lugar de conteúdos que viralizam por um dia, encontros que inspiram mudanças reais e contínuas.

A Geração Z está nos dizendo — por meio de atitudes e escolhas — que o futuro dos eventos pode ser mais íntimo, mais honesto e mais regenerativo. O Kardum ouve. E age.

Depois dos Palcos, o que Vem? A Geração Z e o Novo Ritmo dos Encontros
Daniel Mello 30 de abril de 2025
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